É exatamente
neste contexto, de suposta florescência econômica, em que se estabelece a livre
circulação de capitais por todos os recantos do globo – facilitada pela
possibilidade de se ponderar rentabilidade, risco e liquidez entre uma pluralidade dos mais diversos ativos
financeiros, postos lado a lado em uma tela de computador –, que este capítulo
se inscreve. Em termos explícitos, trata-se de analisar como se caracteriza e
se inter-relaciona, neste panorama global, a institucionalidade da Bolsa de
Valores de São Paulo. Qual sua posição no conjunto; isto é, qual a
particularidade dessa inserção nos quadros de uma economia subalterna. O que
está em questão é apreender na BOVESPA o fluxo financeiro e produtivo
internacional no sistema, assim como a especificidade brasileira no âmbito
Segundo a
proposta anteriormente anunciada, pretendemos analisar o movimento da BOVESPA
na dinâmica do sistema em seu conjunto. Necessariamente, ter-se-á que
privilegiar o movimento internacional do capitalismo, no último decênio do
século 20, caracterizado pela eclosão de crises financeiras seqüenciais.
Aparentemente, tratava-se de eventos típicos do mercado de capitais nesse
período. De fato, havia especificidades que exigem um tratamento que aponte
para suas formas de estruturação. Todavia, uma análise cuidadosa dessas crises
recentes pressupõe a compreensão da montagem do sistema monetário das economias
capitalistas do pós-II Guerra Mundial, estabelecido pelo acordo de Bretton
Woods, em 1947, ele próprio resultado da crise produzida pelo conflito e
sujeito da nova configuração, uma vez que passou a regular as relações do mercado investidor de sucesso
capitalista
estabelecidas desde então. Uma observação se impõe: o acordo de Bretton Woods teve como participantes
centrais de personalidades do porte de John Maynard Keynes, de quem a Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda44 representa um esforço criativo para destrinchar
o encadeamento dos fatos que levaram à crise e, sobretudo, apresentar
alternativas que saneassem o sistema
como um todo. Sua obra, como se sabe, foi inspiração para as medidas de
reequacionamento promovidas depois da crise de 1929, entre elas a política do New Deal, de Roosevelt.45 Por essas razões, o presente capítulo contém
uma reflexão que tem como ponto de partida a consideração do sistema financeiro
que estava na base da Crise de 1929, até porque é com referência a esse momento
que as propostas derivadas do acordo de Bretton Woods são construídas. como investir na bolsa de valores com pouco dinheiro como investir na bolsa
Tendo em vista a
problemática delineada, discutiremos, na primeira parte deste capítulo,
especialmente, os seguintes autores: Karl Polanyi, Barry Eichengreen, François
Chesnais e Robert Guttmann, referências centrais para o enquadramento da
questão que nos propusemos a analisar. Complementarmente, serão consideradas as
reflexões de Hyman Minsky e Robert Brenner, na medida em que eles permitem não
apenas construir as inferências gerais, bem como analisar a dinâmica do
capitalismo desde o pós-guerra, embora privilegiando facetas diversas: a do capital financeiro e a do capital
produtivo. Nesta análise, a noção de capital
fictício, elaborada por Marx, permitirá dar conta da natureza do capital
financeiro que se rentabiliza nas bolsas de
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