domingo, 21 de fevereiro de 2016

medicina alternativa

A estratégia de campanhas de vacinação não ocorreu sem suscitar
uma série de controvérsias e críticas por parte dos que ressaltavam
que as atividades de imunização deveriam ser integradas à atenção básica,
centrada na rotina de serviços permanentes, em lugar de serem obje¬
to de programas especiais. Tal concepção predominou tanto no Brasil
como na OPAS/OMS durante o período de 1974 a 1979. Nesse período,
organizaram-se, também em âmbito nacional, as atividades de vigilância
epidemiológica de poliomielite.
A identificação de contradições entre estratégias de campanha e o
foco na atenção primária à saúde não se constituiu como uma peculiaridade
do sanitarismo brasileiro, encontrando-se presente nos fóruns internacionais
organizados pela OPAS/OMS. NO âmbito desse organismo, estudo independente
realizado na década de 1990 concluiria pela possibilidade de superar
perspectivas dicotômicas entre atenção primária e campanhas de imunização,
apontando o impacto positivo da campanha de erradicação da poliomielite
no desenvolvimento dos serviços de assistência à saúde (OPAS, 1995).
Em 1979, instituíram-se, no Brasil, os "dias nacionais de vacinação
contra a poliomielite", estratégia alvo de críticas segundo a perspectiva já
mencionada, tanto por parte de sanitaristas brasileiros como pelos organismos
internacionais.  

A OPAS reconheceu a pertinência e eficácia do programa
realizado no Brasil com antecedência em relação à OMS, merecendo destaque
a contribuição do país para a decisão, em 1985, de se erradicar a transmissão
autóctone de poliovírus selvagens nas Américas. O argumento decisivo foi a
demonstração de que, em um país com a dimensão e a complexidade do
Brasil, era possível planejar, executar, avaliar e manter a estratégia dos "dias
nacionais de vacinação". Na fase de implementação do plano de erradicação
da poliomielite, de 1985 a 1994, foi possível contar com o apoio político,
técnico e operacional da OPAS que também favoreceu a ampliação do PNI, com
destaque para os resultados alcançados no que se refere ao sarampo.
Sob o signo da medicina socia


Propostas sobre a formação de profissionais afinados com novas
concepções de saúde pública, que substituíssem o tradicional domínio
da higiene, começaram a ganhar corpo na OPAS a partir da década de
1950. Sob a coordenação de Abrahan Horowitz, coordenador de educação
e treinamento durante a gestão de Fred Soper e, a seguir, diretor
geral do organismo, iniciativas importantes ocorreram na formação de
recursos humanos e, simultaneamente, na difusão de novas propostas
para o ensino médico e para o desenvolvimento de novos modelos de
escolas de saúde pública.

Como observa em seu depoimento, José Roberto Ferreira, coordenador
de recursos humanos da OPAS, de 1975 a 1986:
Criou-se o Programa de Bolsas de Estudos realmente agressivo, no qual
se estabeleceu em Assembléia que 25% do orçamento seria destinado às
bolsas. (...) foi talvez a atividade mais importante no campo de formação
de pessoal em treinamento de saúde pública e medicina preventiva.